ABSTRACT
As proporçöes pandêmicas que vem atingindo a disseminaçäo da AIDS provocaram, na populaçäo médica e leiga, uma crescente conscientizaçäo sobre os riscos envolvidos em hemoterapia, trazendo, em consequência, uma maior atençäo para outros efeitos deletérios, como a transmissäo de doenças diversas, bem como reaçöes pós-transfusionais de fundo imunológico. Em virtude desta, as pesquisas em hemoterapia voltaram-se para diversas técnicas que visam a evitar transfusöes homólogas. Associaçöes sinérgicas dessas técnicas säo atualmente revistas, propostas e investigadas, com revisäo de limites teóricos, antes considerados intransponíveis. Este estudo apresenta uma rápida revisäo bibliográfica, enfocando as tendências mais atuais e discussäo de casos em que foi efetuada hemodiluiçäo progressiva, associada à autotransfusäo per-operatória de lavado de hemácias recuperadas da ferida operatória, em Artrodese Posterior de Coluna. Os pacientes foram monitorizados por meio de gasometrias, hematócrito e dosagens de lactato e glicemia, seriados, no pré, per e pós-operatório, inclusive no momento de máxima hemodiluiçäo. É necessária uma atualizaçäo constante do profissional de saúde com respeito ao uso e às limitaçöes dessas técnicas, e, inclusive, a elaboraçäo de rotinas e trabalhos científicos, com o estabelecimento de parâmetros autóctones de atuaçäo. A otimizaçäo do uso do sangue e de hemoderivados, em benefício do paciente e da instituiçäo, somente pode ser efetivada com a participaçäo integrada de todos os profissionais de saúde na abordagem do paciente e na avaliaçäo dos resultados por meio de estudos científicos.